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Avanço em colheita permite quantificar quebra do café com clima

A queda no rendimento é percebida no momento de "transformar" a saca de café em litros da bebida. Em anos de produção normal a fazenda tem o equivalente a 500 litros de café para uma saca de 60 kg. "Nesta safra, precisamos de mais litros: 600 a 650 para uma saca", conta sobre o fato de os grãos estarem menores e renderem menos. O produtor, no entanto, se considera um privilegiado. "Tivemos algumas chuvas que ajudaram as lavouras.

No sul de Minas, há relatos de perdas de 30% a 50% da produção", afirma. Esse quadro de menor produção no Brasil, maior produtor e exportador do mundo, provocou um rebuliço no mercado de café. As cotações futuras do arábica na Bolsa de Nova York dispararam e acumulam valorização de cerca de 50% este ano. Mas além do problema com o clima, José Carlos Cepera relata que as dificuldades com despesa com mão de obra também atrapalham a vida do cafeicultor. Ele argumenta que, do custo total de 1 saca de café, 40% a 45% é com mão de obra. Desse porcentual, 80% é desembolso com trabalhador na atividade de colheita. "Falta disponibilidade (de trabalhadores) e a parte trabalhista encarece ainda mais a atividade", argumenta.

A alternativa é a mecanização das lavouras. De acordo com Cepera, um dia de trabalho de uma máquina automotriz colhedora de café equivale ao trabalho de cerca de 80 homens. Atualmente, cerca de 50% da colheita na fazenda já é realizada por meio de máquina (automotriz e derriçadeira). A estratégia é continuar a eliminar talhões mais antigos, em áreas de relevo acidentado, difíceis para a entrada de máquinas. "Sem isso (mecanização), fica difícil garantir alguma margem", explica Cepera.

A produtividade do café da Fazenda São Paulo é de 35 sacas a 40 sacas por hectare, para uma média nacional de 20 a 25 a saca por hectare. A colheita de café na Fazenda São Paulo deve se encerrar em setembro, dentro do prazo programado.

Compansação no pós-colheita

Para compensar a perda de rendimento, o produtor investe na tecnologia pós-colheita. "É uma série de cuidados para aumentar o volume de grãos de qualidade, destinados à exportação", afirma o produto. A fazenda tem cerca de 10 secadores de café, além de 32 mil metros quadrados de terreiro, para secagem ao natural.

O correto manejo da propriedade é endossado pelas certificadoras internacionais Rainforest Alliance e UTZ Certified. "É uma infraestrutura cara, mas somos recompensados com preços pelo menos 10% acima do mercado", avalia Cepera. Das cerca de 25 mil sacas colhidas este ano, 60% vai apresentar qualidade para exportação. "A média, nas fazendas brasileiras, é um pouco mais baixa. Cerca de 30% a 40% da safra é destinada ao mercado externo", estima Cepera.

O produtor não se entusiasma muito com a alta das cotações internacionais do café, justamente por causa da quebra a safra brasileira. "A alta de preços ajuda, mas não é um exagero e apenas compensa a queda na produção". O custo médio de produção de lavoura mecanizada está em cerca de R$ 300 a saca e, no mercado, o produto tipo exportação vale hoje cerca de R$ 400 a saca.

FONTE: 06 de Junho de 2014 | atualizado em 06/06/2014 | Revista Globo Rural

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